segunda-feira, 30 de julho de 2018

As Facções de Demônio: a Queda



"Reparai! é noite de gala 
Desde estes últimos anos desolados! 
Uma multidão de anjos, alados, enfeitados Com véus, e afogados em lágrimas, 
Acha-se sentada num teatro, para ver, Um drama de esperança e de temores, 
Enquanto a orquestra suspira espaçadamente A musica das esferas. 
- Edgar Alan Poe, "O Verme Conquistador” 



Após a sua fuga do Abismo, os Caídos dividiram a sua sociedade em cinco facções baseadas na sua visão da humanidade, de Deus e de si próprios. Cada facção é composta de demônios que compartilham do mesmo pensamento, embora sejam de diferentes casas,  e compartilham objetivos semelhantes.

FAUSTIANOS

O objetivo dos Faustianos é quase estereotipadamente “demoníaco”. Eles querem conquistar o mundo e virá-lo contra Deus. Eles são orgulhosos, eles são poderosos, e eles são absolutamente confiantes de que estão certos.

OCULTOS

A grande força dos Ocultos é que seus objetivos são extremamente nebulosos. Essa imprecisão de propósito é também sua maior fraqueza deles.
É uma força porque sua falta de suposições os protege dos pensamentos desejosos dos Luciferanos e Faustianos. Sem qualquer paradigma político enevoando suas percepções, os Ocultos são mais aptos a entender as coisas como elas são. Luciferanos e Faustianos têm uma infeliz tendência de interpretar a realidade como eles querem que seja.

LUCIFERANOS

A posição dos Luciferanos é, essencialmente, “Só porque nós fomos aprisionados em correntes de fogo e jogados no Inferno por 10.000 anos, não significa que nós perdemos.” Eles ainda estão lutando o bom (ou mal) combate, ainda obedecendo ordens, ainda prontos para se posicionarem ao comando de seu grande líder ou, até que ele apareça, as ordens do demônio no comando do posto.
Onde os Faustianos se parecem mais com uma corporação, e os Ocultos são como uma faculdade, os Luciferanos são um exército.

RAPINANTES

O repertório dos Rapinantes se resume a "grande, burro e ultraviolento." Certamente, eles são os mais imprudentes e destrutivos dos Caídos, mas considerá-los como assassinos escravizados, que mal podem lembrar-se de carregar os cartuchos de ignição em seus lançadores de chamas, não é apenas um erro - é perigoso.

RECONCILIADORES

Em meio ao tumulto e conflito da vida demoníaca, surge um grupo, cuja pergunta é simples: Não podemos viver todos juntos? Só que não é tão simples assim.
Os Reconciliadores são um tanto como os Ocultos, sobre terem sérias questões sobre a rebelião.


As próximas postagens irão detalhar mais cada uma das facções.

Fonte: Companheiro do Narrador para Demônio: a Queda

Facções: Reconciliadores


Os anjos são por natureza, criaturas virtuosas. Mesmo os decaídos recordam sua natureza incorrupta. Algumas virtudes são naturais a seres de sabedoria e poder quase divinos. Como os ocultos, os reconciliadores passaram seu tempo no cárcere meditando sobre questões profundas. Mas, enquanto os Ocultos olhavam para o interior e para o passado, os Reconciliadores olhavam para o interior... e para o futuro. Sua pergunta mais essencial era: E se estávamos errados? E se? E se a rebelião era tão maligna quanto disseram Miguel e a Hoste Legalista? E se o toque punitivo de Deus foi de algum modo justificado pela desobediência de seus servos e filhos? E se Usiel e Lailah estavam certos o tempo todo? Ao tentar a idade da Ira, a hoste Profana só a tornou real? Se assim for – se a construção do inferno foi necessária, se o estilhaçamento das facetas foi merecido, se a condenação dos rebeldes foi justa – então o que os anjos caídos devem fazer agora? Alguns acreditam, que, mesmo no último momento, é possível encontrar a misericórdia de Deus. Esses Reconciliadores ouvem com profetas e salvadores humanos. Talvez Deus tenha perdoado a humanidade. E se Ele é capaz de perdoá-la, será que Sua misericórdia não se estenderia também aos penitentes? Mesmo que Seu castigo seja eterno, e os Elohim tenham sido banidos eternamente de Sua presença... Bem, não seria possível consertar a Terra? Talvez não restaurar o paraíso de outrora, mas será que algo grande, glorioso e quem sabe, até mesmo puro não se ergueria das cinzas? Os Anjos caídos perderam boa parte de seu poder, é verdade, mas o mundo também é menor. Será que um terço da Hoste Celestial não poderia ainda melhorar o universo, não poderia ainda assistir e servir à humanidade? Esta é a esperança dos Reconciliadores fazer as pazes com o seu Criador e carcereiro. Se isso fracassar, eles esperam se conformar ao exílio sem fim. 

Rivais

Faustianos - Os Reconciliadores são recatadamente amistosos para com os Faustianos. Afinal as duas facções têm o mesmo objetivo de melhorar o mundo mesmo que não estejam de acordo quanto a como ou por que fazê-lo. 
Ocultos- Também são acessíveis aos Ocultos, pois acham que as perguntas levarão inevitavelmente as respostas dos Reconciliadores. 
Luciferanos e os Rapinantes-. Não, os Reconciliadores consideram seus principais inimigos os Luciferanos e os Rapinantes. OS luciferanos por que a oposição a Deus é seu objetivo principal e declarado (há que se admitir que esse também é o objetivo dos Faustianos, mas parece secundário ao auto – engrandecimento ) Esse resistência planejada e organizada é o tipo de coisa que torna a reconciliação muito menos provável. Se os Luciferanos são desprezados por sua recusa sistemática e estúpida de encarar os fatos, os Rapinantes são ainda piores em função de seu desespero e niilismo inconsequentes e caóticos. É patético um artigo agente da criação não conseguir conceber um objetivo melhor do que: “Que se dane tudo o que eu fiz”

Casas

Sendo o objetivo menos destrutivo, a reconciliação oferece pouco aos irrequietos Devoradores. Embora a ideia de refazer o mundo possa parecer tentadora, o programa faustiano – que tende a ser mais atuante e menos contemplativo – atrai esses Devoradores que ainda demonstram algum interesse em melhorar as coisas. A Natureza abstrata e de longo prazo dos objetivos dos Reconciliadores tente a atrair demônios mais pensativos e conceituais, particularmente os da segunda e da última casas. O flagelo e o algoz estão intimamente ligados a deterioração e a morte dos seres humanos (e do cosmo) de modo que a promessa de renovação e reinvenção é claramente sedutora para ambos. Além disso, as duas casas tendem a se sentir culpadas pela mortalidade e pelo declínio que infligiram a humanidade. De todos os objetivos dos anjos caídos, a Reconciliação oferece a maior promessa de compensação

Líderes

Nuriel A Namaru lidera os reconciliadores, e sua reputação é tal que leva até mesmo o Rapinante mais desdenhoso a hesitar. Antes da queda, ela era o Trono da ordem Inexorável. Durante a Rebelião, foi a suserana da Libertação Ousada, e muitos Elohim que se opõem a causa de Nuriel ainda devem a própria existência as incursões de resgate esplendidamente exercidas por ela durante a Idade da Ira. Nuriel é uma guerreira cansada da luta e busca um caminho melhor. Embora ela seja a porta-voz (e estritamente legalista) dos Reconciliadores. 
Ouestucati a verdadeira alma filosófica da facção é dos Flagelos, Outrora Arcanjo do Vento Oceânico. Uma das poucas rebeldes a se arrepender sem o menor sinal de raiva, ele lidera principalmente pelo exemplo. Sua tranquilidade e esperança oferecem aos demais a esperança de que também podem se adaptar ao degredo. 

Objetivos

O objetivo imediato dos Reconciliadores é inventar o cosmo e aprender tanto quanto possível sobre sua atual condição. Isso significa explorar a condição humana: portanto muitos Reconciliadores são viajantes e procuram um ponto de vista equilibrado a respeito da humanidade e do mundo dos homens. No entanto eles não detêm as margens da experiência humana. Também estão à procura da verdade quanto ao sobrenatural. Será que todos os anjos legalistas abandonaram realmente o mundo? Ou restam algumas facetas, mesmo que parciais?


Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Facções: Rapinantes



A Idade da Ira Foi longa e difícil. Muitas pessoas boas e Elohim valentes sofreram e morreram. Perderam as ilusões. A honra cedeu ao pragmatismo, que por sua vez afundou sob o peso da vingança da cólera e do simples desespero. Os homens descobriram o mal e os anjos aprenderam a colher o ódio. Ao final da guerra, muitos anjos caídos haviam se tornado pouco mais que maquinas vivas de destruição, e sua alegria pela criação foi pervertida e transformada num amor exclusivo pela aniquilação. 
Eles enlouqueceram, corromperam –se e aviltaram-se antes de perder a guerra. Antes de serem despojados da maior parte de seu poder. Antes de serem condenados a uma temporada que pareceu eterna, mesmo a seres imortais, num inferno enlouquecedor de isolamento e privação. Agora esses amargos e irados Elohim emergiram do Abismo depois de eras durante as quais sua única distração foi a dor da própria sanidade a devorar a si mesma... e encontraram um mundo tão repugnante e corrompido quanto eles próprios ao contemplar um planeta emporcalhado, uma humanidade aviltada e cruel e um cosmo reduzido a um vestígio ressecado de sua antiga gloria. Eles vislumbram um ato significativo destruir e destruir tudo. 
Exterminar esse arremedo cruel do Paraíso que eles um dia planejaram. Dar a humanidade o silencio misericordioso do tumulo. Destruir as obras de Deus a todo e qualquer momento. esperando incita-lo a finalmente aniquila-los. A vitória é impossível para os anjos caídos, mas talvez eles ainda sejam fortes o bastante para arrasar o troféu – o mundo – mesmo quando este é arrancado de suas garras ávidas. 

Rivais 

Sendo a facção mais radical, os Rapinantes tem mais inimigos. 
Luciferanos - Eles odeiam os Luciferanos por se deixarem enganar. Se foi lúcifer quem engendrou a grande fuga, onde está ele? É asqueroso ver seres que um dia foram os senhores da criação correndo de um lado para outro a procura de um novo patriarca de longas barbas para conduzi-lo a gloria, punir os perversos e coloca-los na cama a noite. Da na mesma esperar Godor ou sua preciosa estrela da Manhã. Talvez o único espetáculo mais repulsivo que os Elohim a agir como crianças seja a visão de Elohim a agir como pais. 
Os faustianos deixaram de servir a Deus para se opor a Deus deixaram de ser brutalizados por Deus... Para pensar que podem substituir Deus? Os rapinantes acham essa linha de raciocínio risível. Principalmente por que os faustianos pensam que eles é que são os loucos. 
Os Ocultos A única facção que os Rapinantes chegam a tolerar é dos Ocultos, simplesmente por que eles ainda não significam muita coisa. Os rapinantes acham que um dia eles vão encher de ficar perguntando por que? e começarão a destroçar as coisas. É o único curso natural para um realista. 

Casas 

O Devorador rapace é o estereótipo do Rapinante e por bons motivos. Os devoradores são talvez os menos propensos a reflexão deliberada, e os Rapinantes são a facção da ação. Ao contrario de todos os outros grupos, os Rapinantes não acalentam a menor esperança de vitória futura, então por que se incomodar com planos para daqui a centenas de anos, ou dez. ou mesmo um?! Levar uma vida dura a ser ainda mais duro de se matar são metas honradas para os viris Devoradores. Os Rapinantes mais discretos são os Profanadores que se desencanam com a beleza depois da guerra e do exílio. Agora dedicados a tornar um mundo feio mais horroroso ainda, eles são a luva de pelica, geralmente invisível, que encobre o punho de ferro de um devorador. Se um Devorador rapace encontrar você, é bem provável que ele simplesmente o mate. Um profanador rapace muito provavelmente tornara você autodestrutivo, depois de minar os poucos ou arrasar de uma só vez tudo a que você um dia deu valor. 

Líderes

Sauriel, O libertador, tem o respeito e a obediência de seus companheiros rapinantes. Um dos raros algozes a adotar a filosofia dos Rapinantes, ele é um dos poucos capazes de dar continuidade a vingança e a crueldade mesmo além tumulo. Outrora um dos arquiduques de Lúcifer, ele lidera por meio de ameaças a intimidação mais do que pela persuasão. 
Suflatus Sua contraparte é Suflatus. Ela costumava ser a Doadora das Águas Correntes, mas agora é a duquesa do Pó. Ela acredita (e proclama em alto e bom som ) que a ruína da rebelião deveu-se a traição interna – especificamente, a traição do rebelde que se ausentou do abismo. “aquele que traiu uma vez trairá novamente” declara e ela agora impõe a si mesma a tarefa de minar os melhores esforços de homens, anjos e demônios. O ódio recíproco Suflatus e Nazathor é tão intenso que aquele que se interpõe as duas pode ser escaldado pela ira. 

Objetivos

Apesar de serem conhecidos como carniceiros irracionais, os Rapinantes são na verdade bastante cautelosos ao escolher alvos que possam ser isolados e atacados sem represália. Os Rapinantes são particularmente ativos em regiões divididas pela guerra e a culpa pode ser atribuída, de um lado ou de outro a sua depravação. No entanto o empreendimento dessas missões exige uma base de operações segura para a qual voltar. As bases dos rapinantes estão atualmente em construção no norte do Iraque, na Macedônia, nas montanhas do México e na Caxemira. Mais Rapinantes estão sendo enviados ao oeste da África, as montanhas andinas, Na américa do Sul, e as áreas entre os mares de Aral e Cáspio. Os rapinantes operam na América do Norte, mas em número menor e com mais discrição do que em outros locais.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Facções: Luciferanos



Os anjos são criaturas imortais e considerando-se a duração de uma Cida infinita, qualquer revés, com exceção da destruição, é algo temporário 
Nem todos os espíritos aprisionados no inferno perderam a fé. Nem todos os anjos caídos abandonaram a esperança. Mesmo derrotados, alguns permaneceram fieis aos princípios que os levaram a rebelião... O amor pela humanidade. A lealdade a Lúcifer. O compromisso de acreditar que sua causa era justa e que o céu e a hoste obediente estavam errados. 

Rivais

Rapinantes - Os Luciferanos são surpreendentemente tolerante em relação. Já que os Rapinantes mantem sua inclinação militar, os Luciferanos tendem a considera-los como soldados com um entusiasmo admirável. Só precisam de um pouco de disciplina para se tornarem úteis novamente. 
Faustianos O mesmo tipo de condescendência e boa vontade ambígua estende-se aos Faustianos, só que ao contrário. Para um Luciferano, só Faustianos tem disciplina suficiente e a ideia geral correta ; Só precisam lembrar quem é que manda. 
Ocultos & Reconciliadores - Não, as facções que merecem a ira dos Luciferanos são as hesitantes, as covardes, as desnorteadas e indecisas: Os ocultos e os reconciliadores. 

Casas

Lúcifer regia a primeira casa, e a lealdade angelical não se extingue de seu antigo senhor. Alguns podem simplesmente acreditar que, como são os espirituosa aurora, terão posições de importância no novo mundo da Estrela da Manhã. Outros – embora jamais venham a admiti-lo – voltam-se para Lúcifer a fim de preencher o vazio deixado pela rejeição de Deus. Eles anseiam por ordens a cumprir e o adversário sempre soube como destruí-los

Líderes

Grifiel, o rebelde de mais alta patente da casa da Natureza, continua leal a Lúcifer apesar da derrota e de toda a angustia que ele tem suportado em nome da Estrela da Manhã. Outrora um guerreiro nobre e honrado. Grifiel desfez-se de sua ética e de todos os seus escrúpulos, um a um – juntamente com sua beleza, sua sanidade e sua capacidade de amar. Ele segue o adversário nem tanto por convicção quanto por louca obsessão. Negar Lúcifer seria como adquirir que tudo o que ele perdeu e sofreu não faz sentido. Ele prefere ser arremessado de volta ao inferno ou reduzido a absolutamente nada a abandonar a rebelião. 
Nazathor Enquanto Grifiel detêm a astúcia e a crueldade necessária num comandantes das linhas de frente Nazriel, dos Flagelos, surgiu como a líder definitiva dos Luciferanos – Até que a Estrela da Manhã retorne, é claro, intitulando-se Nazathor, Princesa da Libertação Sublime, ela manobra sua facção com cuidado e cautela. ataca com vigor, mas logo retorna a segurança das trevas. Supostamente a amante de Lúcifer, poucos se atrevem a fazer-lhe oposição.

Objetivos

O principal objetivo da facção dos Luciferanos é, obviamente, a localização de seu líder. Realizar tal coisa envolve um plano tríplice. Primeiro os batedores luciferanos recebem ordens para vagar pelo planeta em busca de qualquer sinal de atividade demoníaca. Segundo os Luciferanos estão mantendo vigilância cerrada sobre a mídia. Especificamente estão tentando investir dinheiro e conquistar servos influentes a fim de conseguir com exclusividade notícias frescas que possam envolver demônios. Terceiro os Luciferanos estão montando uma campanha agressiva de comunicação entre anjos caídos. O próprio Lúcifer não respondeu ao chamado, mas cedo ou tarde todo Elohim condenado ao inferno cujo nome seja lembrado por um Luciferano pode esperar uma invocação e uma requisição de informações.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Facções: Ocultos


Passar eras incontáveis encarcerado num vácuo desprovido de luz, som e sensação é um castigo bastante severo, mas de fato proporciona uma coisa: muito tempo pra pensar. Depois do choque inicial da derrota – depois do horror e da agonia do inferno, e mesmo depois do desespero de tediosas eras infindáveis – alguns anjos caídos retrocederam um passo e reconsideraram suas suposições iniciais. Alguns refletiram avaliaram e tentaram entender o que saiu tão desastrosamente errado. 
Esses Elohim curiosos chegaram a algumas conclusões alarmantes. 
Em primeiro lugar, a perspectiva de Deus é onisciente, ou tão remota e difusa a ponto de ser quase onisciente, principalmente em comparação a criaturas tão limitadas quanto os seres humanos até mesmo os anjos. Se uma luz humilde como Ahrimal foi capaz de enxergar o problema em formação Deus certamente o previra eras antes 

Rivais

Rapinantes - Os ocultos não gostam dos – gostar do que? – mas consideram basicamente sem sentido o ímpeto ensandecido e irracional dessa facção. Como as formigas de um formigueiro destruído, eles correm para lá e para cá, desvairados, mas nada realizam.
Os Reconciliadores são idealistas demais, mas ao menos questionam em vez de proclamar respostas capciosas. 
Luciferanos e Faustianos - São as facções que realmente incomodam, os Ocultos. Os dois grupos têm os mesmos problemas. Falam e não escutam. Fazem declarações orgulhosas que na maioria das vezes revelam as falhas de sua lógica. Fecharam os olhos e as mentes, e eles se compadecem de todos os que não compartilham de seu senso de dever cego e desorientado.

Casas

Muitos Malfeitores entram para a roda dos indagadores. Esta se ajusta naturalmente a suas tendências equilibradas e metódicas Construindo talvez a mais pragmática de todas as casas, os anjos do fundamento parecem extraordinariamente capazes de examinar seus pressupostos fundamentais sem repreender a si mesmos pelos erros cometidos. Quase se pode vê-los dando de ombros e murmurando “não funciona o que poderemos tentar agora?”
Uma casa mais ardorosamente inquisitiva é a dos Algozes Apesar de fazerem as mesmas perguntas que os malfeitores eles tem um interesse pessoal e contundente nas respostas na guerra foram obrigados a levar atrocidades da morte a sua adorada humanidade e a culpa e o pesar que ainda sentem exigem respostas.

Líderes

Ahrimal, o humilde Fado a primeiro prever a idade da ira, surgiu como um dos ocultos mais ativos e influentes. No entanto, sua posição entre os anjos caídos é estranha famoso ou famigerado como um dos arquitetos da revolução e o anjo mais humilde a ser nomeado príncipe por lúcifer, ele agora é um dos indagadores mais insistentes. Ele contrapõe muitas das pressões que assolam a sociedade demoníaca: a lealdade contra a autonomia a esperança contra o desespero. Admirado respeitado ou simplesmente desprezado mencionar seu nome geralmente é uma boa maneira de dar início a discussões acaloradas os anjos caídos. 
Guipuntel, um fundamento e outrora Arcanjo representa uma facção mais acessível da inquisição. Um autoproclamado forjador de coalizões, ele estimula os Ocultos a estabelecer tréguas e até mesmo alianças com outras facções a fim de observar, entender e, quem sabe, até mesmo aprender. Se as contribuições dos Ocultos estimulam uma atitude mais aberta e curiosa nos demais, isso seria algo ruim?

Objetivos

O acesso a informação – demoníaca cientifica, histórica humana, mitológica ou de outro tipo é um anseio geral dos Ocultos. Qualquer lado em particular poderia ter uma pista vital. Os ocultos estabeleceram seu principal bastião em Atlanta, no estado norte americano da Geórgia, eles estão rapidamente aumentando operações subsidiarias em Dallas Chicago Washington, Nos Estados Unidos. Basicamente com o objetivo estabelecer uma célula forte em todas os principais eixos de rotas aéreas estão se expandindo de maneira similar na Europa, começando com Heathrow, em Londres Células menores foram designadas para Tóquio, Pequim e Rio de Janeiro.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Facções: Faustianos


Os Faustianos examinaram o poder da fé humana e concluíram que, mesmo aprisionados em um mundo único e não facetado, os filhos de Adão tem o poder de Natureza equivalente ao de um deus. Há de se admitir que o grau de poder minúsculo, ao nascer toda criança carrega consigo uma centelha da chama divina, se você reunir centelhas suficientes. O fogo podia um dia ofuscar o sol. Os Faustianos consideram a condição geral da humanidade extremamente degradada com relação ao éden. Como avós rabugentos, eles estão convencidos de que as pessoas hoje em dia são mais fracas, mais estúpidas, mais idiotas, menos razoáveis, menos respeitosas... Simplesmente um retrocesso geral desde os tempos da memória. Mas, ao mesmo tempo, a capacidade coletiva dos seres humanos de definir a realidade a seu redor é, no mínimo, mais forte do que quando era possível conta-los aos milhões, e não aos bilhões. Mas a humanidade está usando boa patê de sua maior força para se reprimir! Sua maior fé é depositada na evidencia: a única coisa que não precisa de fé para ser verdadeira. Consequentemente, apesar de tornar-se mais forte seu domínio sobre o mundo, esse mesmo domínio constringe a realidade dentro das instancias cada vez mais apertadas e estreitas é possível que caso os seres humanos continuem nesse rumo, a fé desapareça, deixando para trás um mundo frio de tristeza absoluta e mecânica. 

Rivais 

Reconciliadores - Os Faustianos demonstram uma tolerância bestificada com os Reconciliadores. É verdade que os Reconciliadores se apegam à crença tola de que podem fazer as pazes com o todo poderoso, mas tão logo superem esse otimismo adolescente, poderão crescer e voltar-se para objetivos mais maduros.
Os Luceferanos - geralmente recebem o mesmo tratamento, É possível que tenha tomado a estrada errada para chegar a vitória sobre o Céu, mas ao menos eles não fazem segredo do mapa. 
Rapinantes - A ambição dos Faustianos de consumar a rebelião humana contra Deus vai diretamente de encontro à política dos Rapinantes de devastar tudo e matar todo o mundo. 
Ocultos - Existe uma oposição mais discreta em relação aos Ocultos. Os Faustianos estão bastante confiantes de que já entenderam tudo, e indagadores incômodos são mais do que simples pestes: Podem ameaçar a determinação dos Anjos Caídos que empreendem a grande obra de construir o futuro. Pior ainda, eles podem semear dúvidas nos corações dos seguidores mortais. 

Casas

A grandiosidade e o alcance do plano dos Faustianos agradam a muitos demônios ambiciosos. Obrigar os seres humanos a fazer boa parte do trabalho duro restringe esse apelo, limitando-o aqueles que se sentem à vontade fazendo com que outras pessoas cuidem do serviço sujo. Mas para aqueles que se encaixam nas duas categorias, o faustianismo é uma filosofia perfeita. 

Líderes

Namaru Belfigor é um dos anjos caídos mais fortes que já retornou a terra e ele voltou com o brinde adicional de um corpo atraente e vigoroso. Belfigor logo se insinuou na hierarquia de uma das religiões esotéricas dos Estados Unidos e lançou sua própria visão. Operando dentro dessa estrutura, Belfigor espera livrar o mundo da interferência divina antes que se passem duas gerações. 
O Lammisu Senivel, o primeiro embaixador de uma casa junto à humanidade, também é um Faustiano, mas apresenta uma inclinação mais humanista. Enquanto Belfigor vê a revolução faustiana como a melhor esperança dos demônios Senivel espera que ela represente a satisfação plena junto dos mortais quanto dos Elomim (dos mortais, ao permitir que estes tomem o lugar de Deus, seu Pai).

Objetivos

De modo geral. os Faustianos são a favor da paz mundial e se opõem a contracepção – não por razões caridosas, mas só porque desejam mais seres humanos em circulação 
Os faustianos infestam Roma e Jerusalém, onde esperam encontrar e aproveitar populações com altas concentrações de fé. No entanto seu principal posto avançado fica nos Estados Unidos (parece claro aos Faustianos que os Estados Unidos são a nação mais poderosa da atualidade e portanto candidatos a submissão ) A Igreja da Espiritualidade Cientifica de Belfigor comprou um grande lote de deserto nos arredores de Flagstaf, Arizona a milhas de qualquer outro centro populacional, pretendem criar uma cidade a partir do zero e encorajar as pessoas do tipo certo a se estabelecerem por lá.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Demônio: a Queda - Algoz


"Você pode me amar ou odiar como bem entender, mas viva. Viva agora e até seu último suspiro. Deixe o tempo passar. Haveremos de nos encontrar novamente." 

Representantes da última Casa Celestial, os Anjos da Morte receberam a tarefa lúgubre de desfazer todos os prodígios que seus colegas criavam, pondo fim a vidas, apagando as grandes obras para que outras pudessem substituí-las. Era uma função solene entre as muitas glórias do cosmo, mas os ceifeiros estavam tão satisfeitos com seu trabalho quanto qualquer anjo… Até que a humanidade nasceu. 

Como os outros Celestiais, os ceifeiros amavam a humanidade e dedicavam-se a manter o Éden vibrante e dinâmico; mas a raça humana em sua ignorância, observava a morte de animais e plantas com medo e tristeza. A reação dos seres humanos assustou e afligiu os Ceifeiros, que desejavam ardentemente aplacar os temores da humanidade, mas foram proibidos pelos mandamentos de Deus. Quando Lúcifer levantou a bandeira da rebelião, muitos Ceifeiros participaram da Queda somente em função do desejo desesperado de serem amados, e não temidos. 

Foi então que sobreveio o terrível contra-ataque do Céu. A pena pela desobediência dos seres humanos foi a maldição da mortalidade. Agora os Algozes eram forçados a dar um fim as vidas das pessoas que amavam, e a dor que sentiam só fez afastá-los ainda mais tanto da humanidade quanto dos anjos caídos. Apesar de muitos servirem como guerreiros e campeões na Guerra da Ira – quando conquistaram reputações terríveis –, a maior parte dos Algozes se encontrava as margens do conflito e dedicava-se a suavizar as mortes dos seres humanos em vez de contribuir ainda mais para carnificina. 

Agora, na esteira de sua misteriosa libertação, os Algozes se encontram num mundo que sofreu demais com a ausência daqueles criados para reger os processos do envelhecimento e da morte. A difícil situação do mundo e da humanidade convence muitos Algozes de que o único recurso que lhes resta é conclamar a noite final e conceder ao mundo uma morte misericordiosa. Alguns poucos de grande determinação, no entanto, enxergam o mal que tem sido infligido e acreditem que, ao restaurar o equilíbrio, os Algozes poderiam finalmente merecer a paz e a compreensão da humanidade pelas quais anseiam há tanto tempo. 

Facções

Pouquíssimos Algozes são Luciferanos, pois nunca foram encarniçadamente leais a Lúcifer para começar. Eles eram o centro da rebelião, e eles estavam na periferia, concentrados mais em salvar os seres humanos e em subverter os planos do inimigo do que em vencer batalhas. 

Existem mais Algozes entre os Faustianos, mas muitos membros desta Casa que se concentram no potencial da humanidade ternam-se Reconciliadores, transformam sua paixão numa demanda por Deus e se esforçam para recriar o mundo como este foi outrora, antes da revogação da imortalidade. Não veem utilidade no encorajamento da autoconfiança da raça humana, pois acreditam que a proteção contra a morte pode ser concedida somente por Deus em pessoa. Se não for assim, trata-se de um sistema fechado, e não há confiança, evolução nem purificação que venha a bastar. 

Os Ocultos atraem um número considerável de Algozes porque a natureza abstrata e investigativa da facção condiz com muitos integrantes da Casa Derradeira. Os Rapinantes atraem também seu justo quinhão. É possível que os membros listem várias razoes: estão cumprindo seus deveres segundo as ordens de Deus; ou estão fortalecendo os exércitos espirituais para sitiar o Céu; ou, na ausência de Deus, eles se tornaram os juízes da humanidade. Mas, em geral, é só uma grande inveja dos vivos o que os leva a encontrar prazer na destruição constante. 

Prelúdio

Os Algozes são atraídos por aqueles que pouco se importam com a vida. Em relação as outras Casas, é muito mais provável que os Anjos da Morte encontrem hospedeiros que tenham destruído os próprios espíritos tentando o suicídio. As pessoas controladas diariamente com o crime ou a violência também são particularmente suscetíveis; policiais, soldados e viciados, por exemplo. A cada golpe, dirigido a si mesmo ou aos outros, eles se desintegram um pouco mais por dentro. Refugiados ou vítimas da tortura e violência também são bons candidatos. E há aqueles cujas almas foram reduzidas a nada pela banalidade e pela negligência, aqueles que ferem a própria pele com lâminas simples para experimentar qualquer sensação. 

No entanto, existem mais razoes para a apatia que para o desespero. Alguém que tenha passado a vida ajudando outras pessoas, renunciando a toda e qualquer recompensa, pode atrair um Algoz. Também são adequadas pessoas que se dedicam de verdade a uma religião ou filosofia focada na próxima vida, as custas de sua existência atual; ou os que defendem que a experiência física ou o desejo cai mera ilusão. 


Filosoficamente, esta Casa se encontra numa posição difícil quando se trata de ganhar seguidores e colher Fé. A humanidade não foi criada para morrer, de maneira que os Algozes que tentam restaurar o Paraíso (principalmente os Reconciliadores e os Ocultos) devem de algum modo fazer com que os seres humanos relevem a própria mortalidade e o papel do demônio em suas vidas. Para aqueles que pregam a rebelião contra Deus, a morte é o lembrete definitivo do fracasso. 

Alguns algozes tentam se desviar completamente dessas questões. Eles se esforçam para coletar a Fé não como anjos da morte, mas simplesmente como anjos. A maneira mais fácil de fazer isso é imitar u membro de uma casa diferente. Os Diabos (usando orgulho) e os Infestos (usando segredos) são as duas mais obvias. Uma outra solução é formar uma seita genérica, como a “Igreja de Todos os Anjos”, a “Igreja do Deus Único” ou “A Humanidade em Ascensão”. Outros tornam a morte o princípio central do relacionamento com seus servos. Os Rapinantes são os que tem menos dificuldades: podem simplesmente criar uma seita de assassínio, e pronto. É possível que os Algozes de alto Tormento não tenham outra escolha. 

Devido a sua fascinação por todas as facetas da vida, os Algozes procuram um grupo diversificado de seguidores, mesmo quando estabelecem uma seita centrada na morte. São propensos a escolhas um tanto quanto arbitrarias: selecionam a primeira opção passável, ou então exterminam todos que os procuram. Alguns chegam a fixar um rosto a esmo na multidão e se empenham inteiramente na iniciação daquela pessoa, daquela alma. 

Criação de Personagem

Não existe nenhum grupo de Atributos que seja importante enfatizar, apesar de os Mentais serem comuns (principalmente Percepção). A Força e o Carisma geralmente diminuem em relação aos parâmetros do hospedeiro original, mas o Vigor aumenta. A Manipulação pode ser alta, mas o uso da mesma pode parecer um tanto quanto acanhado. 

A Presciência, a Intuição e a Furtividade são Habilidades preferenciais. A Intimidação e a Investigação também são boas opções, e os membros da Casa parecem aprender bastante rápido com o mundo que os cerca, de maneira que qualquer Conhecimento seria apropriado. Certas habilidades como Liderança e Empatia não são naturais, mas coisas estranhas poderiam ter acontecido durante a guerra. 

Tormento Inicial:

Doutrinas da Casa: Doutrina da Morte, Doutrina dos Reinos, Doutrina do Espirito. 

Fraquezas: Antes da guerra, os Ceifeiros eram geralmente evitados por outros anjos, o que lhes empresta um ar de indiferença que muitas vezes disfarça uma atenção extrema ao mundo dos vivos. Mesmo as lembranças de seus hospedeiros parecem mais estranhas a eles do que a outros demônios. Podem ser peritos em desenredar fraudes intrincadas, mas coisas mais simples – particularmente as motivações humanas – podem ludibriá-los. E, apesar de se manterem abertos e atentos, tão logo tomam uma decisão, acham muito difícil admitir que podem ter se enganado. Com o aumento de seu Tormento, passam a perceber o mundo com maior clareza mesmo que, paradoxalmente, se sintam cada vez mais afastados dele. Boa parte do mal causado por um Algoz de alto Tormento está ligada a um desejo obsessivo de deixar sua marca numa realidade em extinção. 

Estereótipos 

Diabos: Quando exortados a dar uma opinião, os Algozes, em geral, parecem estranhamente ter pena dos Diabos. As mentiras e as ambições desses demônios podem ser recebidas com um sorriso tristonho e condescendente. 

Flagelos: Havia muita inimizade entre essas duas Casas durante a guerra. Agora os Algozes alegam que os Flagelos são seus irmãos mais chegados e desconsideram todo o rancor de antes. 

Malfeitores: Os Algozes alegam que os artefatos – na verdade, todos os objetos materiais – não passam de brinquedinhos, meras distrações para se fugir das verdadeiras preocupações do mundo. Apesar disso, aparentemente são capazes de cooperar com os Malfeitores, e a companhia desses demônios lhes parece agradável. 

Infestos: Alguns Algozes dizem que, na ausência de Deus, são os mortos que agora dirigem os sonhos e dão forma aos padrões das estrelas. Portanto, os Infestos constituem mais uma Casa com a qual eles têm intima afinidade. 

Profanadores: Os Profanadores transpuseram o abismo entre eles mesmos e a humanidade, um abismo tão profundo, de certo modo, quanto o dos próprios Algozes. Mas, diante de suas novas oportunidades, só fizeram agir como moleques mimados e mulheres devassas (ao menos essa é a opinião de um Algoz). 

Devoradores: Os Algozes repreendem a violência irrefletida dos Devoradores e o desperdício de vidas. Apesar disso, gostam de se associar a esta Casa e também oferecem conselhos em inúmeros outros tópicos. Alguns alegam que isso parece manipulação, pois os Devoradores acabam assumindo o papel de guarda-costas. Mas os Algozes discordam, obviamente.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Demônio: a Queda - Devoradores



"Há muito tempo não sinto o gosto do sangue no vento. Esta noite, voltaremos a caçar." 

À Casa da Natureza foi outorgado o domínio sobre todas as coisas vivas que rastejavam, corriam, ou voavam por toda a terra. Conforme a vida selvagem se espalhava pela terra, os Anjos da Natureza teciam as incontáveis meadas da vida numa tapeçaria intrincada de beleza, majestade e poder. Os Anjos da Natureza cumpriam suas obrigações com orgulho solene e um forte senso de honra pessoal e governavam seu reino com justiça e compaixão.

O nascimento da humanidade foi uma fonte tanto de assombro quanto de consternação para os Anjos da Natureza. Apesar de Deus deixar claro que a humanidade havia sido criada para dominar a natureza e todas as coisas vivas, os seres humanos desconheciam completamente seu funcionamento. Isso apresentou um paradoxo aos anjos: seu dever era proteger e preservar a natureza, mas a maior ameaça à ordem natural era a ignorância da humanidade, e eles não tinham permissão para interferir.

Apesar da reputação de feras impetuosas e instintivas, os Anjos da Natureza foram os membros da Hoste que mais relutaram a aceitar a rebelião contra a vontade do Céu. No fim, porém, aqueles que se juntaram às fileiras dos anjos caídos acreditavam que não havia outro jeito de se manterem fiéis a suas ordens. No entanto, depois de se comprometerem, os Devoradores eram temidos e respeitados de ambos os lados, e eles nunca perderam sua crença na vitória final, mesmo no fim.

A princípio, os Devoradores aceitaram o exílio estoicamente, mas a separação do mundo dos vivos acabou exigindo seu tributo. Pior ainda, o desaparecimento de Lúcifer foi um golpe terrível no espirito da Casa como um todo, o que levou muitos deles a experimentarem uma intensa sensação de traição. Com o crescimento de sua cólera e de sua dor, eles reverteram cada vez mais a sua natureza feroz, trocando a razão e a culpa pelo instinto irracional.

Quando de sua fuga do Abismo, os Devoradores assustaram-se ao descobrir o quanto o mundo mudara. os humanos por quem lutaram e sofreram haviam esquecido tudo que aprenderam depois da Queda, pilharam os recursos escassos do mundo e provocaram a extinção de espécies inteiras. Foi o golpe de misericórdia para muitos Devoradores, que se entregaram completamente a seus impulsos monstruosos, movidos pelo desejo de fazer a humanidade pagar pelos crimes cometidos contra a natureza. Para os demais, bastou apenas a dor da terra agonizante para arrancá-los de sua utopia e estimulá-los a restaurar a terra e levar a humanidade à beira da aniquilação.

Facções

Os Devoradores tendem a se encaixar em uma de duas facções, dependendo de como suas convicções resistiram às agonias do Abismo. Muitos Devoradores ainda acreditam que sua lealdade a Lúcifer à causa dos anjos caídos deve ser respeitada. A liberdade recém-descoberta é acompanhada por uma obrigação de reformar as fileiras das legiões infernais e retomar a guerra contra o Céu. Aqueles que não se juntam aos Luciferanos tendem a se tornar Rapinantes, pois a sensação de traição depois da guerra e a destruição da natureza pela humanidade os impelem a procurar a vingança sangrenta contra os adorados filhos de Deus.

Além dessas duas facções, um outro grupo grande de Devoradores pode ser encontrado entre os Reconciliadores. Os Devoradores em suas fileiras tendem a ser aqueles cansados de guerra e carnificina, os que sentem que o único jeito de expiar por seus antigos crimes é reconstruir os jardins destruídos pelo tempo.

Menos comuns são os Devoradores Ocultos, apesar de um número significativo desses demônios procurar respostas para o desaparecimento de Lúcifer, seja em consideração à própria honra ou por respeito ao líder perdido. Esses Devoradores gozam de mais sucesso do que se poderia esperar, pois outros anjos caídos geralmente subestimam sua inteligência e astúcia.

Os mais raros de todos os Devoradores são os que segue a vocação dos Faustianos, simplesmente porque a fraude é demasiado estranha a sua natureza, e eles não tem a paciência necessária para a elaboração de intrigas. Aqueles leais à facção agem assim porque acreditam que o único jeito de restaurar a terra é subjugando a humanidade.

Prelúdio

Superficialmente, poderia parecer que os Devoradores seriam atraídos por pessoas como soldados, traficantes, membros de gangues e policiais: indivíduos que corroeram suas almas levando vidas violentas. Mas são também atraídos por corretores a Bolsa, vendedores, bombeiros e ativistas políticos: indivíduos que enfrentam dificuldades imensas e geralmente saem dessa experiência com sequelas emocionais.

Não é surpresa que os Devoradores sejam igualmente atraídos por hospedeiros que também apresentem uma certa obsessão por proteger - ou explorar - os animais e a natureza. Um ambientalista cujas cruzadas ardorosas tenham lhe custado a própria humanidade ou um caçador de troféus insensível são possibilidades igualmente prováveis, dependendo da personalidade do demônio.


Os Devoradores são os mestres da arte de colher a fé. De fato, sua natureza impulsiva faz com que se sintam mais à vontade em relação aos ganhos de curto prazo do que praticamente qualquer demônio.

Os Devoradores de baixo Tormento geralmente tomam o cuidado de restringir a colheita a criminosos ou indivíduos que, com suas ações, estejam destruindo ativamente o meio-ambiente. Mesmo assim, evitam matar o indivíduo se possível, preferindo adquirir fé por meio de ações dolorosas ou aterrorizantes, pois assim esperam que a vítima tome a experiência como um aviso e venha a se corrigir.

Os Devoradores de alto Tormento são menos seletivos ao escolher suas vítimas. Qualquer um, mesmo os mortais solidários à causa do demônio, pode se tornar um alvo. Fé é fé, e esses demônios não hesitarão em tomá-la, o que normalmente leva à morte da vítima.

Os Devoradores são atraídos por indivíduos fortes e agressivos no que diz respeito aos servos. Podem ser indivíduos que conhecem a violência de perto, como membros de gangues, soldados ou policiais. Por outro lado, podem ser intelectuais obsessivos, ativistas políticos, tubarões empresariais ou empreendedores. No tocante aos servos, os Devoradores não têm utilidade para os fracos nem para os tímidos.

Criação do Personagem

Não é surpresa que os ferozes Devoradores deem preferência aos Atributos Físicos acima de tudo, mas os Atributos mentais veem logo em seguida. Muitos Devoradores apresentam pelo menos dois pontos em Prontidão, Empatia com Animais, Briga, Esquiva, Intimidação, Sobrevivência e Furtividade. Também podem herdar pontos em Armas de Fogo e Armas Brancas de seus hospedeiros.

Os incomuns Devoradores com uma orientação mais social tendem a possuir Habilidades Intimidação e Liderança em níveis elevados, bem como conhecimento apropria a sua profissão. Essas Habilidades geralmente são balanceadas com uma certa medida de Esportes, mas as Habilidades relacionadas ao combate são menos comuns, pelo menos no início.

Os Devoradores trazem consigo uma variedade de Antecedentes. É comum escolherem Seguidores: um bando de servos que o demônio convoca quando necessário. Além disso, também podem ter Aliados e Contatos para ajudá-los, normalmente herdados do hospedeiro. Os Devoradores mais sociais podem ter carreiras e exercer Influência, além de apresentar níveis elevados de Recursos.

Tormento Inicial: 4

Doutrinas da Casa: Doutrina da Fera, Doutrina da Carne e Doutrina da Natureza.

Fraquezas: Os Devoradores são Famosos pela falta de tato, e muitos nunca sabe quando manter suas grandes bocas fechadas. Em situações nas quais a diplomacia é essencial, os Devoradores podem ser brutalmente honestos, enfurecer-se com facilidade e mostrarem-se propensos a começar uma briga à menor provocação. É muito comum um Devorador pior uma situação delicada simplesmente por aparecer no local.

Devido a sua falta de habilidades sociais, muitos Devoradores podem ser facilmente manipulados. Alguns demônios convencem-nos a servir como guarda-costas ou assassinos, tirando proveito de seu senso de honra e dever. No entanto, essas manipulações são um tanto quanto arriscadas, pois, se um dia perceber que foi enganado, o Devorador não hesitará em procurar vingança sangrenta e imediata.

Estereótipos 

Diabos: Durante a guerra, os Devoradores respeitavam os Diabos como os líderes nobres que tanto sacrificaram pela causa. Seus contatos entre os mortais são respeitados, e eles sempre parecem oferecer oportunidade de combate.

Flagelos: No campo de batalha, os Devoradores preferiram lutar ao lados dos Flagelos a combatê-los. No entanto, o sofrimento infligido pelo poder desses demônios afasta todos com exceção do mais Atormentado Devorador.

Malfeitores: Os Devoradores e os Malfeitores desfrutam de uma íntima afinidade que data dos dias em que as duas Casas trabalhavam juntas antes da Queda. Os Devoradores respeitam e admiram os demônios da terra e consideram-nos amigos até prova em contrário.

Infestos: Os Devoradores tem pouca paciência com os Infestos e suas atividades misteriosas. Tampouco compreendem a Casa das Esferas. O movimento dos planetas e as constelações parecem triviais se comparadas à alegria visceral da caçada.

Profanadores: Os Devoradores adoram a paixão e a inspiração dos Profanadores, mas a natureza volúvel desses demônios exaspera os Devoradores seguros e obstinados.

Algozes: Os Devoradores tratam os Algozes com medidas iguais de respeito e pena, além de admirar a dedicação desses demônios a uma vocação incômoda e dolorosa.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Demônio: a Queda - Profanadores




“Posso lhe mostrar coisas que o deixarão maravilhado. É só segurar minha mão, e eu mudarei sua vida para sempre”

Antes da existência do menor sinal de terra, os grandes oceanos abarcavam o mundo. Os anjos a quem foi outorgado o domínio sobre esse vasto e poderoso reino eram chamados Nereidas e estavam entre as mais belas criações de Deus.

Eram as nascentes e as musas, e seus poderes repercutam as paixões que levaram a arte e a busca por discernimento e verdade.

As Nereidas foram criadas para inspirar a humanidade, entretê-la com mistérios e incitá-la a se aventurar pelo mundo e descobrir lhe os prodígios secretos.

Eram a personificação do espírito do desejo; sempre tentadoras, mas eternamente fora de alcance. Seu poder conferia-lhes a mais profunda compreensão dos desejos humanos, mas o plano de Deus garantia que o vasto abismo do mar sempre se colocaria entre eles. Logo passaram a lamentar a obediência ao Céu e o amor pela humanidade.

Em retrospecto, muitos Profanadores acreditam que, se Lúcifer não tivesse tomado a frente e levantado a bandeira da revolta, teria sido apenas uma questão de tempo até que uma Nereida fizesse o mesmo.

A Queda galvanizou os Profanadores, que usaram seus poderes para inspirar tanto os mortais quanto os anjos rebeldes no conflito com o Céu. Tornaram-se os símbolos vivos do conflito, pois refletiam as melhores virtudes da resistência e estimulavam os demais a fazer o mesmo. Sobretudo, eles sustentaram o moral dos rebeldes, mesmo nos dias mais tenebrosos da guerra, fechando as feridas espirituais que nenhum Flagelo ou Devorador seria capaz de curar. A devoção inspirada por esses anjos caídos levou a algumas das façanhas mais heroicas da guerra e se transformou na origem dos épicos românticos que ainda ecoam nas almas de todos os seres humanos.

A derrota na guerra foi um golpe terrível para os Profanadores, que jamais vacilaram em sua convicção de que a rebelião era justa. Apesar de mais acostumados ao isolamento que a maioria dos anjos caídos, os Profanadores estavam entre os primeiros a sucumbir as agonias do Abismo e a amputar a dor de sua perda com a lâmina incandescente do ódio.

Agora que os portões do Abismo se romperam e os Profanadores estão livres novamente, eles podem colocar em ação seus estratagemas em meio a uma civilização que preza a aparência acima de tudo. Podem levar homens e mulheres a atos de obsessão, ciúme e desejo que arruínam famílias, põe fim a carreiras e derrubam governos inteiros. Mas também podem encorajar a compreensão humana da filosofia, do companheirismo e da arte, e proporcionar uma visão vela em meio a realidade estéril do mundo moderno. Foram criados como mistérios vivos, perigosos e enganadores, com a função de inspirar os atos de coragem e força que nutrem o crescimento da alma humana.

Facções

Os Profanadores muito provavelmente tornam-se Faustianos ou Rapinantes. No primeiro caso, foram cativados ela humanidade: reagem com prazer – ou, no mínimo, respeito – a sua relação com os seres humanos renovada. Os Rapinantes agem como amantes desprezados e exigem retribuição (geralmente discreta, mas sempre inesquecível) daqueles que perpetraram uma traição tão terrível. Eles despedaçam corações e mentes e espalham a discórdia de maneira que possam assistir à desintegração de grupos sociais sob o peso de recriminações rancorosas e da violência.

Outros Profanadores se decepcionam com a civilização humana, mas tornam-se Faustiano mesmo assim. Anseiam pela bela visão que tinham antes da guerra e reconhecem que os seres humanos são uma parte essencial da mesma.

Alguns Profanadores também podem se deixar fascinar pelas demandas dos Luciferanos ou dos Ocultos, dependendo de suas alianças e experiências na guerra. Mas pouquíssimos tornam-se Reconciliadores. Mesmo que o desejassem, muitos Profanadores sabem que não há como retornar ao paraíso e, agora que as velhas barreiras ruíram, estas não podem ser reconstruídas.

Prelúdio

Os Profanadores são atraídos pelos vaidosos e irascíveis. Em vida, seus hospedeiros dificilmente foram filósofos espirituais ou lógicos, e sim pessoas que se deitavam com tudo o que fosse físico e imediato. Não eram necessariamente promíscuos, mas muito provavelmente gastavam tudo o que tinham com a última moda ou os brinquedinhos mais extravagantes. Em geral, tinham verdadeira obsessão pelas coisas triviais e ajustavam-se constantemente ao presente para ignorar o ritmo acelerado das mudanças a sua volta.

Os idealistas que atraem um Profanador não se interessam por teorias abstratas e realidades praticas, e sim pela ação imediata para mudar o mundo. Os candidatos mais sagazes são os artistas que tentam refletir grandes porções da realidade em suas obras, certos de que conseguirão capturar as complexidades do mundo que os cerca.

Outros candidatos podem ter sido afetados mais profundamente pelas questões da carne. Aqueles que amaram intensamente, ou com frequência, e foram rejeitados; aqueles que apoiam uma causa e foram por ela traídos: essas pessoas também podem estar encarceradas no presente, onde a autoridade e as ideias de vingança banal tomam o lugar do pesar e da cólera.

Uma outra categoria de hospedeiro provável é a dos que sofreram em nome de sua arte nem sentido literal: artistas famintos, escritores fracassados e músicos marginais que tiveram seus espíritos alquebrados pela rejeição, pela dúvida e pelo vício.


Colher a fé é complicado para muitos Profanadores, pois eles não estão acostumados ao contato íntimo com os seres humanos. Atrair a atenção das pessoas é fácil; o difícil é focalizá-la. Com o uso indiscriminado de suas doutrinas, o Profanador consegue reunir um grande grupo de seguidores muito rapidamente (e talvez provocar alguns tumultos com isso), mas essa multidão é de pouca utilidade. A adulação cega e o desejo autodestrutivo não se comparam a fé, apesar de que, com um pouco de paciência, podem proporcionar uma base sobre a qual criá-la. Em essência, um Profanador precisa convencer seus seguidores de que são dignos das dadivas que ele lhes concede.

Muitas dessas dadivas envolvem a expansão da percepção para além do demônio e a abertura da mente ao vasto mundo. Permitem aos servos desenvolver seu conhecimento e, sobretudo, uma compreensão intuitiva do mundo que os cerca. Trata-se, talvez, de um sentimento geral de iluminação, ou um foco mais específico num determinado tópico. Geralmente isso se manifesta em obras de arte ou na expressão por meio de formas mais diretas, como ativismo político ou social. Essa compreensão, em geral, também é acompanhada por uma confiança renovada capaz de resistir até esmo ao medo ou a coerção sobrenatural.

Criação de Personagem

Os Atributos Sociais prevalecem. Todos são importantes e, não importa a condição do corpo do hospedeiro, a Aparência deve ser pelo menos três pontos. Talentos como Empatia, Intuição e Lábia são instintivos, assim como Sobrevivência. A origem dos Profanadores como espíritos da água confere-lhes uma certa flexibilidade que normalmente se traduz em Destreza elevada, além de bons níveis em Esquiva e Furtividade, e talvez também Briga. A maioria não se preocupa com o conhecimento detalhado da erudição moderna e assuntos correlatos, além de considerar vulgar a política humana.

Tormento Inicial: 3.

Doutrinas da Casa: Doutrina do Desejo, Doutrina das Tempestades e Doutrina da Transfiguração.

Fraquezas: Os Profanadores podem ser criaturas frustrantes e caprichosas, capazes de divagar e arrastar consigo todo o grupo num atoleiro forraginosos de trivialidades. Podem continuar com uma farsa mesmo quando esta já não é mais útil e tornam-se petulantes e intempestivos a menor provocação. Para evitar isso, geralmente só precisam de um pouco de espaço. Quanto mais ordenada e claustrofóbica uma situação se torna, mais provável será que eles se mostrem ríspidos com os companheiros, façam algo insensato ou simplesmente tomem uma direção diferente. Mas esse comportamento é difícil de prever e pode até mesmo se manifestar – se é que o fara – dias após o estopim.

Estereótipos

Diabos: Os Profanadores geralmente desconfiam dos Diabos, pois parece que estes ainda estão tentando impor sua visão de mundo apesar de milhares de anos de tragédia. Outrora, eles foram a voz de Deus, agora sua única mensagem é uma demagogia abominável.

Flagelos: Existem muitas semelhanças entre as duas Casas, pois ambas se preocupam com os elementos físicos e os mistérios da vida. Isso facilita a amizade com os Anjos do Vento e a propensão a confiar nos mesmos, uma tendência que ocasionalmente leva a tragédia.

Malfeitores: Esta Casa é a que mais interessa e atrai os Profanadores porque os Malfeitores parecem realmente entender a intersecção da beleza, do mistério e da função, mesmo que só nos objetos inanimados.

Infestos: Os Profanadores não entendem realmente esta Casa nem as áreas sob seu domínio. Os Infestos preferem a intuição a razão fria, o que os Profanadores consideram o anátema de uma percepção do verdadeiro assombro e da genuína inspiração.

Devoradores: Existe uma estranha afinidade entre os Profanadores e os Devoradores, ou assim acreditam os primeiros. As duas Casas têm o domínio sobre a natureza e, de certo modo, preocupam-se com as questões da carne.

Algozes: Em grande medida, os Profanadores consideram os Algozes espíritos afins que compreendem a dor da verdadeira solidão e do isolamento, embora a rabugice dos Algozes e sua tendência a introspecção tornem o relacionamento entre as duas Casas um pouco tenso.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

Demônio: a Queda - Infestos



"Você tem perguntas, meu amigo, mas será que está preparado para as respostas?" 

No princípio, Deus criou os grandes mecanismos do Céu para regular o cosmo. Todas as órbitas das estrelas e dos planetas estavam confinadas no raio de uma roda dentada, um volante celestial que ligava outras dessas engrenagens num mecanismo imenso e interdependente. Os céus foram dispostos numa tapeçaria intrincada de órbitas, elipses, períodos e constantes, um padrão impossivelmente vasto que desafiava a compreensão total.

Os profetas comandavam essas grandes órbitas e esses imensos circuitos. Sabiam quando e onde esses tudo estaria, daí a um dia ou em coisa de um milênio. Regulavam o modo como os céus afetavam a Terra, dirigiam a cheia das marés por meio da trajetória da lua e faziam a Terra se mover para provocar a mudanças das estações. Dentre todos os anjos, contudo, estavam entre os mais distantes da humanidade. Amavam seus irmãos de barro, mas era seu destino viver acima do Éden e interagir com os mortais por meio dos mistérios entretecidos na abóbada estrelada.

Quando sobreveio a rebelião, um fator central dividiu os profetas. Foi um deles, um profeta chamado Ahrimal, quem primeiro os terríveis presságios que se revelariam como a Queda. Na época, Ahrimal e seus companheiros acreditaram que a catástrofe iminente ocorreria se os anjos deixassem de agir; portanto, eles estavam entre os proponentes mais sinceros da rebelião. De fato, a Queda foi a raiz da catástrofe prevista por Ahrimal, e não há um Infesto sequer, até os dias de hoje, que não seja assombrado pelo erro coletivo de sua Casa.

Lúcifer estimava os Infestos como conselheiros e estrategistas, pois a capacidade desses demônios de adivinhar o futuro conquistou-lhe várias vitórias rápidas. No entanto, a guerra mostrou-se custosa, pois os Infestos não anteciparam sua destrutividade. Foi um sinal de húbris terem considerado que o grande plano não seria perturbado por suas ações.

Por fim, Deus lançou os rebeldes condenados no Abismo, o que mergulhou os Infestos num inferno próprio todo especial. Antes, eles haviam sido criaturas da ordem e da existência disciplinada, mas o Abismo não podia ser compilado, nem mapeado e muito menos conduzido. Sem os grandes mecanismos do Céu a proporcionar uma rotina calculada, eles enlouqueceram.

Quando os muros do Abismo foram arrasados pelo Turbilhão, os Infestos sentiram novamente a presença dos grandes mecanismos e viram as rachaduras que levavam à liberdade. Ao ressurgirem, entretanto, encontraram os céus abandonados e sem direção, e o grande mecanismo propriamente dito movia-se com enferrujada deselegância. Os Infestos haviam recuperado sua pedra de toque, mas ela estava rachada e gasta, talvez sem conserto. mas o mesmo podia se dizer dos próprios Infestos.

Facções 

Os Infestos prezam a busca por conhecimento acima de tudo. Em seus corações combalidos jaz uma necessidade genuína de recapturar aquela clareza absoluta do tempo em que o universo ocultava poucos segredos. Alguns dizem que sua busca por esses fragmentos de congruência não passa de uma distração que os afastava do inevitável autoexame que leva muitos Infestos aos Rapinantes. No entanto, praticamente nenhum Infesto acredita que destruir os grandes mecanismos da Criação fará algo além de condenador todos os anjos caídos ao oblívio ainda mais tenebroso que o Abismo. Por razões óbvias, muitos Infestos preferem os Ocultos e sua busca pela verdade.

Poucos Infestos são atraídos pelos Reconciliadores, simplesmente porque os Infestos viviam sempre tão distantes do Éden antes da guerra. O Paraíso nunca foi realmente seu lar, então porque suspirar por uma coisa que eles nunca tiveram? Não, a segunda facção mais popular entre os Infestos é a dos Luciferanos. Talvez porque Lúcifer tenha poupado os Infestos da recriminação quando a guerra estava em seus piores momentos.

Por fim, existem alguns Infestos que se acham atraídos pelos Faustianos. Alguns Infestos acreditam que controlar o destino da humanidade é só mais um trajeto a ser mapeado e dirigido. Outros veem a humanidade moderna como um organismo tão imensamente complexo quanto o próprio cosmo e digno sucessor de suas habilidades.

Prelúdio 

Os Infestos tem uma certa simpatia pelos que buscam pacientemente o conhecimento, aqueles - como eles próprios - que questionam o universo, espicaçam-no corajosamente, entregam-se ao trabalho e tateiam no escuro sem se preocupar com corpo nem a alma. Seja um em busca da matéria de sua vida, ou um ocultista disposto a atraídos por indivíduos que trocam suas almas por iluminação. A verdade importante para o Infesto não é a pergunta em si mesma, mas a busca pela resposta e a luta para obtê-la. Quanto mais alguém se esforçar para descobrir o conhecimento que foi esquecido ou os mistérios do universo - e quanto mais de si mesmos perderem com isso - maior a fascinação dos Infestos.

Fé 

Todos tem suas perguntas, mas poucas pessoas se dispõem a encontrar as respostas. os infestos contam com essa dualidade para se reabastecerem. De fato, como os Infestos se fazem passar por ouvintes ávidos, as pessoas acham mais fácil confiar neles, principalmente já que esses demônios se colocam em posições de autoridade e conhecimento.

A maioria dos Infestos de baixo Tormento estimula a busca por conhecimento, e não sua aquisição. Visam àqueles que procuram a iluminação, apresentam-se como disseminadores de ideias e fazem perguntas suficientes para impelir o mortal na direção correta. Tão logo ganham a confiança do mortal, oferecem pactos para encorajar a jornada em vez de simplesmente levá-lo ao objetivo final.

Do mesmo modo, os Infestos também desprezam os mortais que buscam apenas respostas rápidas na vida Em geral, é dessa gente que colhem Fé, mostrando-lhes vislumbres dos terríveis destinos que os aguardam. Colhem para se reabastecer tanto quanto para castigar, mas correm o risco de se expor ao próprio Tormento ao conjurar essas apavorantes ilusões.

Por outro lado, os Infestos de alto Tormento dependem das mesmíssimas pessoas ávidas por soluções temporárias para que possam selar pactos. Usam ilusões para corromper os mortais e prometem-lhes ganhos materiais, separando os que preferem a aquisição rápida daqueles que se dedicam a atividades esotéricas. Também colhem a fé daqueles que honestamente procuram o conhecimento, torturando-os com meias-verdades e informações falsas e arranhando-lhes a sanidade com segredos obscenos que seria melhor não revelar.

Criação de Personagem 

Os Infestos acreditam que o conhecimento é sinônimo de poder; portanto, dão preferência a Atributos Mentais de níveis elevados. Outros contam com o controle que exercem sobre as pessoas por meio de sua clarividência, o que torna os Atributos Sociais a principal preferência.

No tocante às habilidades, os Infestos valorizam os Conhecimentos acima de tudo, sendo de principal interesse: Investigação, Instrução e Religião. São também versados nos mistérios da Linguística, do Ocultismo e da Pesquisa. 

Com respeito aos Antecedentes, as duas escolhas fundamentais são Aliados e Contatos. O mortal que busca conhecimento geralmente estabelece uma rede de aliados humanos para facilitar sua jornada. Não é incomum um Infesto ter Mentores mortais, principalmente se seu hospedeiro estivesse se aprofundando em assuntos misteriosos.

Tormento Inicial:

Doutrinas da Casa: Doutrina da Luz, Doutrina dos Padrões e Doutrina dos Portais.

Fraquezas: A curiosidade talvez seja o calcanhar de Aquiles dos Infestos. Foi a curiosidade em relação ao desconhecido que os levou à ruína, e o que os aflige agora é uma necessidade de investigar mistérios quando confrontados por paradoxos. essa curiosidade geralmente é derivada de uma cadeira imprevista de acontecimentos que surge com o desenrolar de suas ações. Um indivíduo pode fazer ou dizer algo significativo não previsto na cadeia de acontecimentos cuidadosamente orquestrados do Infesto. A maioria dos Infestos vai querer saber porque isso aconteceu e concentrará suas habilidades analíticas para encontrar a fonte da anomalia. Ao fazê-lo, perdem de vista a tarefa mais imediata.

Estereótipos 

Diabos: Os Infestos sabem que, enquanto possuírem a visão, os Diabos são os que se encontram mais bem equipados para transformar essa visão em realidade. Os Infestos também têm uma certa afinidade com os Diabos, que compreendem a importância do planejamento e das metas de longo alcance.

Flagelos: Os Infestos invejam em segredos os Flagelos e os laços de intimidade que esses demônios estabelecem com os seres humanos. Os Infestos cobiçam a facilidade com que os Flagelos lidam com os mortais, mas sua inveja raramente se manifesta em público.

Malfeitores: Os Infestos acusam os Malfeitores de apresentar um conhecimento perverso à humanidade, que desde então se espalhou pela Terra e a devastou. Dificilmente perdoam esta Casa, a não ser os poucos Reconciliadores que tentam corrigir os erros do passado.

Profanadores: Os volúveis e ardilosos Profanadores confundem os Infestos assim como os Infestos os desconcertam. Os profetas acham os Profanadores apressados e preocupados demais com "o agora" para merecerem seu interesse.

Devoradores: Os Infestos respeitam a lealdade dos Devoradores a Lúcifer e sua competência como soldados, mas a Casa da Natureza tem visão muito curta. Precisam de um líder. mas os Infestos não desejam essa função frustrante.

Algozes: Os Infestos apreciam a paciência dos Algozes e geralmente os procuram em busca de aconselhamento e auxilio. Alguns Infestos acreditam que os Anjos da Morte serão cruciais para a redenção final dos anjos caídos e se esforçam para fortalecer os laços entre as duas Casas.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

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