segunda-feira, 30 de julho de 2018

Demônio: a Queda - Devoradores



"Há muito tempo não sinto o gosto do sangue no vento. Esta noite, voltaremos a caçar." 

À Casa da Natureza foi outorgado o domínio sobre todas as coisas vivas que rastejavam, corriam, ou voavam por toda a terra. Conforme a vida selvagem se espalhava pela terra, os Anjos da Natureza teciam as incontáveis meadas da vida numa tapeçaria intrincada de beleza, majestade e poder. Os Anjos da Natureza cumpriam suas obrigações com orgulho solene e um forte senso de honra pessoal e governavam seu reino com justiça e compaixão.

O nascimento da humanidade foi uma fonte tanto de assombro quanto de consternação para os Anjos da Natureza. Apesar de Deus deixar claro que a humanidade havia sido criada para dominar a natureza e todas as coisas vivas, os seres humanos desconheciam completamente seu funcionamento. Isso apresentou um paradoxo aos anjos: seu dever era proteger e preservar a natureza, mas a maior ameaça à ordem natural era a ignorância da humanidade, e eles não tinham permissão para interferir.

Apesar da reputação de feras impetuosas e instintivas, os Anjos da Natureza foram os membros da Hoste que mais relutaram a aceitar a rebelião contra a vontade do Céu. No fim, porém, aqueles que se juntaram às fileiras dos anjos caídos acreditavam que não havia outro jeito de se manterem fiéis a suas ordens. No entanto, depois de se comprometerem, os Devoradores eram temidos e respeitados de ambos os lados, e eles nunca perderam sua crença na vitória final, mesmo no fim.

A princípio, os Devoradores aceitaram o exílio estoicamente, mas a separação do mundo dos vivos acabou exigindo seu tributo. Pior ainda, o desaparecimento de Lúcifer foi um golpe terrível no espirito da Casa como um todo, o que levou muitos deles a experimentarem uma intensa sensação de traição. Com o crescimento de sua cólera e de sua dor, eles reverteram cada vez mais a sua natureza feroz, trocando a razão e a culpa pelo instinto irracional.

Quando de sua fuga do Abismo, os Devoradores assustaram-se ao descobrir o quanto o mundo mudara. os humanos por quem lutaram e sofreram haviam esquecido tudo que aprenderam depois da Queda, pilharam os recursos escassos do mundo e provocaram a extinção de espécies inteiras. Foi o golpe de misericórdia para muitos Devoradores, que se entregaram completamente a seus impulsos monstruosos, movidos pelo desejo de fazer a humanidade pagar pelos crimes cometidos contra a natureza. Para os demais, bastou apenas a dor da terra agonizante para arrancá-los de sua utopia e estimulá-los a restaurar a terra e levar a humanidade à beira da aniquilação.

Facções

Os Devoradores tendem a se encaixar em uma de duas facções, dependendo de como suas convicções resistiram às agonias do Abismo. Muitos Devoradores ainda acreditam que sua lealdade a Lúcifer à causa dos anjos caídos deve ser respeitada. A liberdade recém-descoberta é acompanhada por uma obrigação de reformar as fileiras das legiões infernais e retomar a guerra contra o Céu. Aqueles que não se juntam aos Luciferanos tendem a se tornar Rapinantes, pois a sensação de traição depois da guerra e a destruição da natureza pela humanidade os impelem a procurar a vingança sangrenta contra os adorados filhos de Deus.

Além dessas duas facções, um outro grupo grande de Devoradores pode ser encontrado entre os Reconciliadores. Os Devoradores em suas fileiras tendem a ser aqueles cansados de guerra e carnificina, os que sentem que o único jeito de expiar por seus antigos crimes é reconstruir os jardins destruídos pelo tempo.

Menos comuns são os Devoradores Ocultos, apesar de um número significativo desses demônios procurar respostas para o desaparecimento de Lúcifer, seja em consideração à própria honra ou por respeito ao líder perdido. Esses Devoradores gozam de mais sucesso do que se poderia esperar, pois outros anjos caídos geralmente subestimam sua inteligência e astúcia.

Os mais raros de todos os Devoradores são os que segue a vocação dos Faustianos, simplesmente porque a fraude é demasiado estranha a sua natureza, e eles não tem a paciência necessária para a elaboração de intrigas. Aqueles leais à facção agem assim porque acreditam que o único jeito de restaurar a terra é subjugando a humanidade.

Prelúdio

Superficialmente, poderia parecer que os Devoradores seriam atraídos por pessoas como soldados, traficantes, membros de gangues e policiais: indivíduos que corroeram suas almas levando vidas violentas. Mas são também atraídos por corretores a Bolsa, vendedores, bombeiros e ativistas políticos: indivíduos que enfrentam dificuldades imensas e geralmente saem dessa experiência com sequelas emocionais.

Não é surpresa que os Devoradores sejam igualmente atraídos por hospedeiros que também apresentem uma certa obsessão por proteger - ou explorar - os animais e a natureza. Um ambientalista cujas cruzadas ardorosas tenham lhe custado a própria humanidade ou um caçador de troféus insensível são possibilidades igualmente prováveis, dependendo da personalidade do demônio.


Os Devoradores são os mestres da arte de colher a fé. De fato, sua natureza impulsiva faz com que se sintam mais à vontade em relação aos ganhos de curto prazo do que praticamente qualquer demônio.

Os Devoradores de baixo Tormento geralmente tomam o cuidado de restringir a colheita a criminosos ou indivíduos que, com suas ações, estejam destruindo ativamente o meio-ambiente. Mesmo assim, evitam matar o indivíduo se possível, preferindo adquirir fé por meio de ações dolorosas ou aterrorizantes, pois assim esperam que a vítima tome a experiência como um aviso e venha a se corrigir.

Os Devoradores de alto Tormento são menos seletivos ao escolher suas vítimas. Qualquer um, mesmo os mortais solidários à causa do demônio, pode se tornar um alvo. Fé é fé, e esses demônios não hesitarão em tomá-la, o que normalmente leva à morte da vítima.

Os Devoradores são atraídos por indivíduos fortes e agressivos no que diz respeito aos servos. Podem ser indivíduos que conhecem a violência de perto, como membros de gangues, soldados ou policiais. Por outro lado, podem ser intelectuais obsessivos, ativistas políticos, tubarões empresariais ou empreendedores. No tocante aos servos, os Devoradores não têm utilidade para os fracos nem para os tímidos.

Criação do Personagem

Não é surpresa que os ferozes Devoradores deem preferência aos Atributos Físicos acima de tudo, mas os Atributos mentais veem logo em seguida. Muitos Devoradores apresentam pelo menos dois pontos em Prontidão, Empatia com Animais, Briga, Esquiva, Intimidação, Sobrevivência e Furtividade. Também podem herdar pontos em Armas de Fogo e Armas Brancas de seus hospedeiros.

Os incomuns Devoradores com uma orientação mais social tendem a possuir Habilidades Intimidação e Liderança em níveis elevados, bem como conhecimento apropria a sua profissão. Essas Habilidades geralmente são balanceadas com uma certa medida de Esportes, mas as Habilidades relacionadas ao combate são menos comuns, pelo menos no início.

Os Devoradores trazem consigo uma variedade de Antecedentes. É comum escolherem Seguidores: um bando de servos que o demônio convoca quando necessário. Além disso, também podem ter Aliados e Contatos para ajudá-los, normalmente herdados do hospedeiro. Os Devoradores mais sociais podem ter carreiras e exercer Influência, além de apresentar níveis elevados de Recursos.

Tormento Inicial: 4

Doutrinas da Casa: Doutrina da Fera, Doutrina da Carne e Doutrina da Natureza.

Fraquezas: Os Devoradores são Famosos pela falta de tato, e muitos nunca sabe quando manter suas grandes bocas fechadas. Em situações nas quais a diplomacia é essencial, os Devoradores podem ser brutalmente honestos, enfurecer-se com facilidade e mostrarem-se propensos a começar uma briga à menor provocação. É muito comum um Devorador pior uma situação delicada simplesmente por aparecer no local.

Devido a sua falta de habilidades sociais, muitos Devoradores podem ser facilmente manipulados. Alguns demônios convencem-nos a servir como guarda-costas ou assassinos, tirando proveito de seu senso de honra e dever. No entanto, essas manipulações são um tanto quanto arriscadas, pois, se um dia perceber que foi enganado, o Devorador não hesitará em procurar vingança sangrenta e imediata.

Estereótipos 

Diabos: Durante a guerra, os Devoradores respeitavam os Diabos como os líderes nobres que tanto sacrificaram pela causa. Seus contatos entre os mortais são respeitados, e eles sempre parecem oferecer oportunidade de combate.

Flagelos: No campo de batalha, os Devoradores preferiram lutar ao lados dos Flagelos a combatê-los. No entanto, o sofrimento infligido pelo poder desses demônios afasta todos com exceção do mais Atormentado Devorador.

Malfeitores: Os Devoradores e os Malfeitores desfrutam de uma íntima afinidade que data dos dias em que as duas Casas trabalhavam juntas antes da Queda. Os Devoradores respeitam e admiram os demônios da terra e consideram-nos amigos até prova em contrário.

Infestos: Os Devoradores tem pouca paciência com os Infestos e suas atividades misteriosas. Tampouco compreendem a Casa das Esferas. O movimento dos planetas e as constelações parecem triviais se comparadas à alegria visceral da caçada.

Profanadores: Os Devoradores adoram a paixão e a inspiração dos Profanadores, mas a natureza volúvel desses demônios exaspera os Devoradores seguros e obstinados.

Algozes: Os Devoradores tratam os Algozes com medidas iguais de respeito e pena, além de admirar a dedicação desses demônios a uma vocação incômoda e dolorosa.

Fonte: Módulo Básico de Demônio: a Queda

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